A indústria brasileira está caminhando a passos lentos em comparação com o resto do mundo.
Isso porque quando falamos em inovação e evolução, pensamos no contexto atual do setor: a indústria 4.0.
Trata-se do avanço dos sistemas de produção e da união de tecnologias e velocidade com impactos em todo o negócio, desde a liderança, que precisa se atualizar e responder rapidamente às mudanças, até o cliente, que se tornará mais exigente e participativo.
Entre as estratégias estão a inteligência artificial, a internet das coisas, que é a internet integrada ao dia a dia, o cloud computing, que se trata do armazenamento de banco de dados ou arquivos em servidores acessados pela internet, capaz de transformar e agilizar toda a cadeia produtiva, e a interoperabilidade, que é a comunicação entre sistemas, máquinas, dispositivos e pessoas.
Por fim, os sistemas passam a se tornar autônomos porque conseguem tomar decisões simples e descentralizadas, garantindo uma produção ágil, correta e eficiente.
Sem a necessidade de operadores para realizar os trabalhos, a indústria começa a dar um foco maior na atuação humana em projetos mais estratégicos.
É assim que em muitos países a indústria 4.0 caiu como uma luva para tornar empresas mais competitivas e alavancar resultados.
Mas infelizmente essa não é a realidade da indústria brasileira.
Vamos entender isso melhor?
A indústria mundial
A indústria brasileira está atrás de diversos países quando falamos em indústria 4.0.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a manufatura avançada é um fator essencial não só para a economia, como também para a segurança nacional.
Afinal, essa inovação tecnológica pode fornecer bens e equipamentos primordiais para as forças armadas, para as agências de segurança interna e para a comunidade de inteligência.
Já na China a intenção é fortalecer ainda mais a economia com o investimento em robótica.
Assim as empresas diminuem os custos de produção e os erros, fatores bastante interessantes para a competitividade global.
O país, inclusive, criou o projeto Made in China 2025, uma meta do Governo para reduzir a mão de obra humana ao substituí-la por robôs.
O futuro seria as “fábricas escuras”, ambientes sem a presença de funcionários, ao ponto da empresa não precisar sequer de energia elétrica para funcionar.
Os robôs poderiam servir em hotéis, cuidar de pessoas em suas casas e fazer diversas atividades domésticas.
Aliás, estas já têm sido testadas em diversas feiras do setor.
A indústria brasileira
Sim, a indústria brasileira anda a passos lentos.
Especialistas, inclusive, enfatizam que estamos entrando agora na indústria 3.0, cenário que já ficou para trás em diversos países do mundo.
Segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o total de empresas brasileiras que já adotou alguma tecnologia da indústria 4.0 é de apenas 2%.
Ainda de acordo com a Agência, para que cheguem ao patamar competitivo de outros mercados é necessário pelo menos uma década de esforço contínuo.
Apesar disso, a maioria já entende esse cenário e está em busca de inovação.
Segundo um estudo publicado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), existe sete dimensões prioritárias para a implantação da Indústria 4.0 no país:
1 – Aplicações nas cadeias produtivas e desenvolvimento de fornecedores.
2 – Mecanismos para adoção das tecnologias.
3 – Desenvolvimento tecnológico.
4 – Recursos humanos.
5 – Infraestrutura.
6 – Regulação.
7 – Articulação institucional.
A indústria brasileira está muito atrás de diversos países do mundo quando falamos em indústria 4.0, mas existe sim o conhecimento dos empresários com relação ao contexto e uma grande vontade de avançar.
Considerando esse ponto, é fato que aquelas empresas que aderirem às inovações sairão na frente das demais, se tornando competitivas e atrativas no mercado.